O Brasil se destaca como o terceiro maior empregador mundial no setor de energia renovável, de acordo com o relatório “Energia Renovável e Empregos – Revisão Anual 2024” da Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) e da Organização Internacional do Trabalho (OIT). Com mais de 1,56 milhão de empregos, o país fica atrás apenas da China, com 7,4 milhões, e da União Europeia, que registra 1,8 milhão de trabalhadores no setor. O crescimento é impulsionado principalmente pelos biocombustíveis, que empregam quase 1 milhão de pessoas no Brasil, seguidos pela energia solar e hidrelétrica.
Em 2023, o setor de energia renovável mundial registrou um aumento histórico de 18%, atingindo 16,2 milhões de empregos, comparado aos 13,7 milhões do ano anterior. No entanto, o avanço global foi desigual, com a maior parte das novas instalações de energia eólica e solar concentrada na China. Países como os Estados Unidos e a Índia, que têm 1 milhão de empregos cada, ainda estão distantes dos líderes globais.
Apesar do desempenho significativo, o Brasil enfrenta desafios para continuar expandindo sua participação no mercado de energia renovável. Especialistas apontam que políticas públicas eficazes e o treinamento da força de trabalho são essenciais para atrair mais investidores e garantir uma transição justa, permitindo que trabalhadores de setores em declínio, como os combustíveis fósseis, migrem para áreas de crescimento.
Outro ponto crítico destacado no relatório da IRENA é a necessidade de investimentos em larga escala para que o mundo atinja a meta de triplicar sua capacidade de energia renovável até 2030, conforme acordado na COP28, realizada em Dubai. Para isso, será necessário adicionar, em média, 1.044 GW de capacidade renovável anualmente até o final da década, com foco na energia solar e eólica.
A IRENA também chamou atenção para as disparidades regionais no crescimento da energia renovável, com o Sul Global ficando atrás dos países mais desenvolvidos. O diretor-geral da organização, Francesco La Camera, enfatizou que os países do G20, incluindo o Brasil, têm uma oportunidade crucial de reduzir essas desigualdades, oferecendo suporte técnico e financeiro às economias em desenvolvimento.
O setor privado desempenha um papel fundamental no financiamento dessa transição, sendo responsável por 75% dos investimentos globais em energia renovável. Contudo, o relatório alerta que é necessário aumentar o financiamento público e reduzir os riscos de investimento em mercados emergentes para acelerar a transição energética global.
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