O Brasil pressionará para expandir a perfuração de petróleo em sua enorme área de petróleo e gás “pré-sal” ao largo da costa, apesar das crescentes preocupações globais com as mudanças climáticas, disse o ministro da Energia do país à segunda-feira.
O ministro de Minas e Energia do Brasil, Bento Albuquerque, falou à margem de uma cúpula climática em Madri, onde os líderes da ONU pedem aos países que façam o oposto e cortem agressivamente as emissões de gases que alteram o clima, provenientes em grande parte de combustíveis fósseis, ou correm o risco de uma catástrofe global. .
Albuquerque disse que o Brasil como um país em desenvolvimento “não pode se libertar dos hidrocarbonetos”, dizendo que o petróleo continuará sendo uma importante fonte de energia para o mundo nos próximos anos.
O país – que utiliza muito biocombustível e obtém grande parte de sua própria energia de fontes hidrelétricas e outras fontes renováveis - pode fazer isso enquanto ainda cumpre sua meta de reduzir as emissões sob o Acordo de Paris, disse Albuquerque. De fato, o Brasil tem espaço para aumentar sua meta, afirmou.
“Devido à sua diversidade de fontes de energia, o Brasil superará suas metas com certa tranquilidade e continuará a explorar suas riquezas de maneira responsável e sustentável”, disse o ministro, almirante ativo da marinha, em entrevista em um centro cultural militar histórico em Madri do centro.
O governo de direita do Brasil, liderado pelo presidente Jair Bolsonaro, priorizou firmemente o desenvolvimento e não a conservação desde que assumiu o cargo em 1º de janeiro.
Albuquerque disse que o governo re-leiloaria dois blocos de exploração, que não atraíram o interesse em um leilão de novembro, entre agosto e outubro do próximo ano.
As principais empresas petrolíferas ficaram de fora do leilão da chamada área de “transferência de direitos”, devido às altas taxas de assinatura e à posição dominante da empresa estatal de petróleo Petrobras PETR4.SA .
Em outra medida para aumentar o desenvolvimento, Albuquerque disse que o governo enviará uma lei prometida anteriormente, permitindo a mineração comercial em reservas indígenas até o final do ano.
Também é esperado que uma linha elétrica de 720 km (450 milhas) que passará por uma reserva indígena receba uma licença ambiental este mês, permitindo que a construção comece em janeiro, disse ele.
O governo acelerou o projeto que ligará o estado de Roraima, que anteriormente contava com a Venezuela devastada pela crise de eletricidade, ao resto da rede elétrica do Brasil.
Albuquerque previu que um plano antigo de privatização da concessionária estatal Eletrobras ELET6.SA receberia a aprovação do Congresso necessária para avançar até junho.
