O setor elétrico brasileiro adicionou 22 gigawatts de energia limpa à sua rede elétrica em grande escala nos últimos dois anos, conforme um novo relatório do Energy Industries Council (EIC). Este crescimento elevou a capacidade de geração total do Brasil para quase 204 GW, com fontes renováveis representando 171,8 GW, segundo o relatório “Brazil Operational Renewables”.
Os setores de energia eólica onshore e solar fotovoltaica centralizada foram os maiores impulsionadores desse crescimento, adicionando juntos mais de 18,5 GW de nova capacidade. Bahia, Rio Grande do Norte e Minas Gerais lideraram essa expansão, cada um adicionando mais de 3 GW de capacidade, predominantemente de projetos eólicos e solares. Os estados do Piauí e Pernambuco também contribuíram significativamente, com um acréscimo combinado de 3,7 GW de fontes renováveis.
Políticas de Diversificação Energética
O relatório destaca que as políticas de diversificação energética do Brasil facilitaram esse crescimento no setor de energia. A concessão de contratos de compra de energia de longo prazo (PPAs) no Ambiente de Contratação Regulada (ACR) e no Ambiente de Contratação Livre (ACL) foi fundamental para impulsionar a expansão das energias renováveis.
“As indústrias de energia eólica onshore e solar fotovoltaica se beneficiaram enormemente de uma política nacional de diversificação energética, que busca redistribuir a preponderância tradicional do setor hidrelétrico”, aponta o relatório. Subsídios para a instalação de parques eólicos e solares têm sido cruciais para esse desenvolvimento.
Dependência Hidrelétrica e Futuro Energético
Apesar do avanço das energias renováveis, a energia hidrelétrica ainda domina a matriz elétrica do Brasil. No entanto, o país continua a depender de fontes de energia convencionais para garantir a estabilidade durante períodos de escassez de água e alta demanda.
O relatório do EIC também destaca desenvolvimentos regulatórios em andamento, como a Política Nacional de Hidrogênio de Baixo Carbono e possíveis investimentos em projetos eólicos offshore, que podem acelerar ainda mais o crescimento e a inovação no cenário de energia renovável do Brasil.
“O rápido crescimento da capacidade de energia renovável do Brasil demonstra o compromisso do país em diversificar sua matriz energética e reduzir a dependência da energia hidrelétrica”, disse Lucas Ramos, Analista de Energia O&G da EIC, Américas. “Nossas descobertas mostram que investimentos estratégicos e políticas de apoio foram essenciais para acelerar o desenvolvimento do setor de energias renováveis.”
Débora Souza
