O Brasil está determinado a assumir uma posição de liderança no cenário climático internacional, utilizando sua presidência do G20 como alavanca para avançar em acordos cruciais relacionados à transição energética e ao financiamento climático. Com a COP 30, que será realizada em Belém em 2025, o país busca consolidar sua imagem como defensor de ações ambientais robustas.
A proposta brasileira foca na criação de uma governança financeira global que garanta uma transição energética justa, especialmente para países em desenvolvimento, além de defender um imposto de 2% sobre grandes fortunas, com potencial de gerar até US$ 250 bilhões anuais. O Brasil também se comprometeu com a reforma dos bancos multilaterais de desenvolvimento (MDBs), um tema que será central nas negociações da COP 29, prevista para novembro no Azerbaijão. As reformas buscam alinhar os financiamentos dos bancos com as metas climáticas e facilitar o acesso a fundos para os países mais afetados pelas mudanças climáticas.
Além disso, o Brasil já firmou parcerias climáticas com países como Estados Unidos, Reino Unido e França, além de desenvolver ferramentas de prevenção a desastres naturais. Em outra frente, o governo está planejando o lançamento de um novo fundo para a Amazônia, o que reforça seu compromisso com a preservação da floresta e a redução das emissões.
Redução do desmatamento e novas políticas energéticas
Nos últimos dois anos, o Brasil conseguiu reduzir significativamente o desmatamento na Amazônia, uma conquista destacada por organizações não governamentais e pelo governo federal. Dados preliminares indicam uma queda de 46% no desmatamento entre agosto de 2023 e julho de 2024, resultando na redução de 250 milhões de toneladas de CO2e nas emissões apenas em 2023. O país também lançou uma política nacional de transição energética, com foco em fontes renováveis como energia solar, eólica e hidrelétrica, além de promover a captura e armazenamento de carbono e o desenvolvimento do hidrogênio verde.
Desafios no setor energético
Apesar dos avanços, o Brasil ainda enfrenta desafios em seu setor energético. As emissões do setor aumentaram nos últimos anos, principalmente devido à dependência do transporte por combustíveis fósseis. Ao mesmo tempo, o país continua expandindo sua produção de petróleo, com expectativa de alcançar até 5,4 milhões de barris por dia até 2030. O Brasil tem destacado que a responsabilidade de reduzir a demanda por combustíveis fósseis recai sobre os países desenvolvidos, que devem fornecer suporte financeiro para ajudar as nações em desenvolvimento a realizarem uma transição eficiente.
A posição do Brasil no G20 e nas futuras COPs será crucial para definir o ritmo da transição energética global e reforçar sua liderança climática.
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