Em um marco sem precedentes, a indústria de energia renovável viu um aumento de 18% no número de empregos em 2023, atingindo um total de 16,2 milhões de posições globalmente, em comparação com 13,7 milhões no ano anterior. Neste cenário de crescimento acelerado, o Brasil conquista a terceira posição mundial, superando gigantes como os Estados Unidos e a Índia, e posicionando-se atrás apenas da China e da União Europeia.
O relatório anual “Energia Renovável e Empregos – Revisão Anual 2024”, divulgado pela Agência Internacional de Energia Renovável (IRENA) e pela Organização Internacional do Trabalho (OIT), destaca o papel central dos biocombustíveis no mercado brasileiro, responsável por quase 994.260 empregos. Seguem-se a energia solar fotovoltaica, com 264.000 postos de trabalho criados em 2023, e a energia hidrelétrica, que contorna com 177.300 empregos.
Globalmente, a China lidera o setor com impressionantes 7,4 milhões de empregos, quase metade do total mundial. A União Europeia segue com 1,8 milhão. Os dados também apontam para uma expansão desigual das energias renováveis, com a China instalando dois terços das novas capacidades eólica e solar do mundo em 2022.
Durante a Semana do Clima em Nova York, outro relatório da IRENA revelou que 81% das novas adições de energia limpa em 2023 foram mais econômicas do que alternativas de combustível fóssil. Este dado fortalece o argumento para que os países tripliquem sua capacidade de energia renovável até 2030, um compromisso estabelecido na COP28 em Dubai.
Francesco La Camera, diretor geral da IRENA, ressaltou que, apesar do rápido crescimento, o mundo ainda está aquém das metas previstas para 2030. Ele enfatizou a necessidade de um aumento anual de 16,4% na capacidade instalada para atingir o objetivo de gerar 11,2 terawatts de energia renovável até o final da década.
La Camera também destacou desigualdades específicas na adoção de energias renováveis, especialmente no Sul Global, e enfatizou a importância do G20 no apoio ao planejamento energético e nos investimentos na transição energética em mercados emergentes.
O financiamento público e privado será crucial, observou La Camera, apontando que 75% dos investimentos em energia renovável provêm do setor privado, geralmente concentrados em mercados de baixo risco.
Este panorama reforça a necessidade de desenvolvimento de habilidades específicas para sustentar o crescimento do setor, com a requalificação dos trabalhadores dos setores em declínio, como os combustíveis fósseis, sendo fundamental para uma transição justa para energias renováveis.
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