Brasil aumenta exportação de grãos de destilaria para a Nova Zelândia

Produtores brasileiros de etanol buscam ampliar mercado de subprodutos do milho como ração animal.

Os grãos secos de destilaria (DDG), um subproduto da produção de etanol no Brasil, estão se tornando uma opção cada vez mais popular entre os produtores de leite da Nova Zelândia. Atualmente, esse subproduto já representa cerca de 5% das rações animais importadas no país.

Andrea Verissimo, gerente de assuntos internacionais da Associação Brasileira dos Produtores de Etanol de Milho, destacou que os produtores brasileiros estão empenhados em aumentar significativamente a produção de milho, especialmente no estado de Mato Grosso. A previsão é que a produção de milho no estado dobre na próxima década. “Estamos interessados em expandir nosso comércio de exportação de DDG, reconhecendo seu valor como componente alimentar para o gado da Nova Zelândia, tanto bovinos quanto ovinos”, afirmou Verissimo.

Processo de produção do etanol

Jornalistas internacionais foram recebidos pela associação para acompanhar de perto o processo de produção de etanol no Brasil. A visita incluiu desde a colheita do milho até o refinamento final e o processamento dos subprodutos, proporcionando uma visão detalhada de toda a cadeia produtiva.

Esclarecimentos sobre a agricultura brasileira

Verissimo ressaltou o compromisso da associação em desfazer mitos sobre a agricultura brasileira, especialmente a falsa crença de que a floresta amazônica é desmatada para dar lugar às fazendas agrícolas. “A Amazônia está a mais de 2 mil quilômetros de Cuiabá, capital do Mato Grosso, e a agricultura ocorre em terras já cultivadas, não desmatadas”, esclareceu.

Mato Grosso: potência agrícola brasileira

O estado de Mato Grosso se destaca como o terceiro maior e mais produtivo estado agrícola do Brasil, liderando na produção de gado, milho, algodão e soja. A região, com uma área quatro vezes maior que a da Nova Zelândia, possui uma população que equivale à metade da população neozelandesa.

Foco nacional na produção de etanol

A ampliação da produção de milho está alinhada ao foco nacional do Brasil em aumentar a produção de etanol. O país já é o segundo maior produtor mundial, atrás apenas dos Estados Unidos. “Temos uma longa história na produção de etanol a partir da cana-de-açúcar, mas a indústria de etanol de milho é relativamente nova, iniciada apenas em 2017”, explicou Verissimo.

Delegação internacional de jornalistas

A visita de jornalistas ao Brasil faz parte de uma delegação internacional organizada pela Associação Brasileira dos Produtores de Etanol de Milho. Essa iniciativa visa promover um maior entendimento e troca de conhecimentos entre os países sobre a produção de etanol e seus subprodutos.

A crescente popularidade dos grãos secos de destilaria como ração animal na Nova Zelândia, aliada aos esforços dos produtores brasileiros em aumentar a produção de milho e etanol, aponta para uma promissora expansão do comércio internacional de subprodutos agrícolas. Com iniciativas para desmistificar preconceitos e promover a sustentabilidade, o Brasil se consolida como um importante player no mercado global de etanol e seus derivados.


Débora Souza

Débora Souza é jornalista especializada em tecnologia e inovação no setor de energia. No O Petróleo, ela oferece insights profundos e atualizações sobre as últimas tendências tecnológicas e avanços no campo energético.

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