Avanço da Epasa transforma lama de óleo combustível pesado em fluxo de recursos

Implementação de tecnologias inovadoras transforma resíduos em recursos valiosos.

A geradora de energia independente brasileira, Epasa, enfrentou e superou desafios ambientais significativos relacionados ao lodo de óleo combustível pesado. Através de engenharia inovadora, a empresa desenvolveu um processo de desidratação e desoleificação de última geração, transformando o lodo em recursos reutilizáveis.

Desde o início das operações comerciais das usinas Termonordeste e Termoparaíba em 2010, a Epasa, produtora independente de energia, teve que equilibrar a necessidade de fornecer energia térmica confiável com a crescente pressão para atender às demandas ambientais de seus acionistas. Localizadas perto de João Pessoa, estas usinas têm uma capacidade combinada de 342 MW, tornando-as o segundo maior complexo termelétrico de óleo combustível do Brasil e um dos cinco maiores do mundo.

Foto: reprodução

Desafios e soluções ambientais

Apesar da predominância de energia renovável no Brasil, as usinas da Epasa desempenham um papel crucial como recurso de reserva durante períodos de baixos níveis de água nos reservatórios hidrelétricos. Nos últimos anos, a Epasa enfrentou pressão adicional para reduzir sua pegada ambiental devido às iniciativas de descarbonização e sustentabilidade promovidas por seus acionistas, CPFL Energia e EBRAZIL.

Um dos maiores desafios ambientais da Epasa foi garantir a purificação adequada do óleo combustível pesado (HFO), essencial para a proteção e longevidade dos motores. Utilizando separadores centrífugos da GEA e Alfa Laval, a empresa conseguia remover impurezas e água do HFO, mas o processo gerava lodo, composto principalmente por 80% de água e 20% de óleo.

Solução de tratamento interno

Em 2019, a Epasa decidiu tratar o lodo internamente, visando maximizar o uso do lodo em seus processos, tratar a água conforme a legislação ambiental brasileira, e devolver a água tratada aos rios de maneira segura. Após explorar diversas soluções globais e perceber que nenhuma atendia suas necessidades específicas, a Epasa colaborou com uma empresa brasileira de engenharia para desenvolver um sistema dedicado e personalizado, integrando tecnologias de dois fornecedores.

Implementação do sistema e resultados

O novo sistema de tratamento de lodo desenvolvido pela Epasa não apenas atendeu aos requisitos ambientais, mas também reduziu custos operacionais ao eliminar a necessidade de transporte e tratamento de lodo por terceiros. A inovação permitiu que a Epasa transformasse um passivo ambiental em um recurso reutilizável, promovendo sustentabilidade e eficiência operacional.


Débora Souza

Débora Souza é jornalista especializada em tecnologia e inovação no setor de energia. No O Petróleo, ela oferece insights profundos e atualizações sobre as últimas tendências tecnológicas e avanços no campo energético.

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