A geração distribuída (GD) no Brasil está em uma trajetória de crescimento impressionante, com a possibilidade de exceder 70 gigawatts (GW) de potência instalada até o final de 2034, conforme projeções otimistas da Empresa de Pesquisa Energética (EPE). Este cenário ambicioso reflete não apenas o potencial do mercado, mas também a capacidade do país de se adaptar e expandir sua infraestrutura energética.
Contexto Atual e Projeções Futuras
Atualmente, o Brasil possui cerca de 30 GW instalados em sistemas de GD, mas a EPE projeta que esse número pode mais do que dobrar na próxima década. O estudo indica que, num cenário otimista, mais de 8,6 milhões de consumidores poderiam ser beneficiados, com um total de R$ 162 bilhões em investimentos acumulados até 2034.
Cenários Variáveis e Incertezas Regulatórias
O cenário de referência da EPE, que prevê uma estabilidade regulatória, sugere que a GD alcançaria 58,8 GW até 2034. No entanto, o pior cenário possível, influenciado por incertezas regulatórias ainda não resolvidas pelo Governo Federal, projeta uma capacidade mínima de 46,9 GW.
Impacto Regional e Protagonismo da Energia Solar
O estudo também destaca a distribuição geográfica da capacidade de GD, com São Paulo previsto para continuar liderando com 10,9 GW até 2034, seguido por Minas Gerais e Rio de Janeiro. Notavelmente, a energia solar deve manter sua predominância sobre outras tecnologias de geração distribuída, consolidando-se como líder na expansão da capacidade instalada.
O Papel da Legislação e Desafios Futuros
A publicação da Lei n° 14.300/2022 estabeleceu um marco regulatório para a GD no Brasil, aumentando a segurança jurídica. Contudo, a definição da remuneração para energia injetada na rede a partir de 2029 permanece incerta, dependendo de futuras definições pela Agência Nacional de Energia Elétrica (ANEEL) sobre a metodologia de cálculo dos benefícios da GD para o setor elétrico.
Uma Visão para o Futuro Energético
As projeções da EPE revelam um cenário promissor para a geração distribuída no Brasil. O desenvolvimento sustentado e as adaptações regulatórias serão cruciais para maximizar o potencial de crescimento deste segmento vital para a matriz energética nacional. A GD está posicionada não apenas como uma solução energética, mas como um motor para o desenvolvimento econômico e social em todo o país.